Naquela época, durante os trabalhos da casa, às vezes acontecia de eu entrar em contato com espíritos que não eram exatamente espíritos que costumam frequentar centros espíritas kardecistas, tais como pombas-giras, exus, caboclos, entre outros, sem falar nos espíritos da Capela dos Ossos que também eram fora de linha, digamos assim.
Muitas vezes eu tinha que me segurar bastante para não acabar sendo "incorporado" por aquelas entidades, que insistiam em se manifestar através da minha pessoa.
Nunca permiti a incorporação, embora me comunicasse com todas elas com bastante clareza e educação - o que não impediu algumas peripécias por parte de alguns daqueles espíritos, como no caso do espírito de uma prostituta (pomba-gira) que, revoltada por eu não deixá-la incorporar, empurrou com força minha cadeira me jogando no chão, além de fazer tremer e estalar uma mesa de madeira enorme e pesada, em torno da qual haviam oito médiuns em processo de irradiação.
Esse acontecimento deixou todo mundo assustado, e eu fui terminantemente proibido de tocar no assunto dentro da casa espírita. Anos mais tarde, fui apresentado à causadora de toda aquela confusão, a pomba-gira Rosa Caveira.
Também é daquela época o meu relacionamento com o Seu Caveira, entidade forte que eu acredito que me acompanha até hoje.
Tudo isso acontecia nos bastidores; somente uma amiga e um amigo, ambos médiuns na casa espírita que eu trabalhava, sabiam dessas coisas.
Quando eles me perguntavam o que estava acontecendo, enfim, o que era tudo aquilo, eu simplesmente respondia que não sabia ao certo do que se tratava, mas que muito provavelmente era alguma espécie de Anarquismo Cósmico.
O curioso é que o tal Anarquismo Cósmico a que me referi a tantos anos atrás - e até mesmo em tom de galhofa - acabou guardando uma certa relação com algo que mais tarde chamei de Paganismo Eclético.
Reverendo King Skull